Favela 3D vai melhorar a qualidade de vida no entorno da Lagoa Mundaú

Redação 23/08/2021 às 08:30
Favela 3D vai melhorar a qualidade de vida no entorno da Lagoa Mundaú

Famílias do Vergel do Lago e bairros vizinhos contarão com moradia, geração de renda e autossutentabilidade

A história do Projeto Favela 3D começou a ganhar corpo quando o prefeito JHC assinou o termo de cooperação com a Gerando Falcões, uma organização social que trabalha na construção de uma rede em periferias e favelas do Brasil e que desenvolve projetos focados em esporte e cultura, geração de renda para famílias e egressos do sistema prisional.

O Favela 3D pode ser traduzido pelas iniciais das palavras que são o objetivo do projeto, ou seja, transformar as favelas em ambientes dignos, digitais e desenvolvidos. A intenção é construir um futuro sem pobreza aos moradores de favelas. Maceió é a primeira capital do País a participar do projeto.

A ação consiste na construção de protótipos onde as experiências para melhorar a qualidade de vida de quase 10 mil famílias do Vergel do Lago e demais bairros de Maceió que margeiam a Lagoa Mundaú. Neles serão realizados oito pontos de transformação digital, segundo a Gerando Falcões.

Favela 3D pretende melhorar a qualidade de vida de quase 10 mil famílias do Vergel do Lago (Foto: Secom Maceió)

Os pontos consistem no acesso à moradia digna, à saúde, cidadania e cultura de paz, direito à educação, primeira infância, autonomia da mulher, cultura, esporte e lazer e geração de renda. Cada um destes pontos de transformação digital deve desenvolver suas respectivas ações, como por exemplo, garantir pavimentação com drenagem e tratamento de esgoto, segurança alimentar, formação e engajamento dos jovens, educação básica, superior e para o trabalho, empoderamento feminino, empreendedorismo e acesso ao microcrédito. Ou seja, toda a orla lagunar será urbanizada e humanizada para transformar as vidas de quem reside lá.

Na capital alagoana, as ações do Favela 3D serão desenvolvidas pela Prefeitura de Maceió, a Gerando Falcões e o Instituto Mandaver – uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos. Desde 2015, o instituto atua na transformação social do bairro Vergel do Lago, ao desenvolver ações de assistência e empreendedorismo social com o desenvolvimento de oficinas de cultura, esporte e qualificação profissional para gerar renda às famílias da comunidade.

O prefeito JHC diz que seu compromisso é com o resgate da dignidade dos moradores e destacou que o Favela 3D vai ajudar no combate à desigualdade social em Maceió. “Esse espaço, onde antes as pessoas estavam vivendo sem esperança, expectativa e oportunidade. A gente quer transformar em um local onde as pessoas possam utilizar toda a sua potencialidade”, disse JHC.

Prefeito JHC reforça compromisso com o resgate da dignidade dos moradores da região (Foto: Secom Maceió)

O secretário municipal de Assistência Social, Carlos Jorge, fundador e idealizador do Instituto Mandaver, explicou que está sendo realizado um levantamento técnico completo do território para em seguida ser implementada a parte executiva de desenho e de infraestrutura do projeto a fim de desenvolver as potencialidades da comunidade.

A Prefeitura de Maceió será responsável pela execução de políticas públicas, a iniciativa privada no investimento de recursos de inovação e financeiro. O trabalho direto com a comunidade será conduzido pela Gerando Falcões e o Instituto Mandaver. A cidade de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, foi a pioneira na instauração do Favela 3D no Brasil.

“Vamos trabalhar com o que cada ente tem para oferecer de melhor. A Prefeitura de Maceió tem escala e capacidade para levar soluções sustentáveis por meio de políticas públicas, a iniciativa privada apoiando financeiramente e com inovação. Por fim, a Gerando Falcões e o Instituto Mandaver trabalham direto com a comunidade, garantindo que os moradores sejam o centro das soluções e que as soluções sejam embasadas na realidade local que conhecemos bem”, explica a diretora de tecnologias sociais da Gerando Falcões, Nina Rentel.

As famílias que vão fazer parte das ações do Favela 3D são das comunidades que ficam no entorno da Lagoa Mundaú, no Dique Estrada. Lá, a situação de extrema pobreza é vista pela condição de vida dos moradores que fazem dos barracos de lona preta local de moradia e que apesar da situação ambiental, com a poluição da lagoa, a maioria das famílias retira o sustento da pesca e da venda de sururu.

É nessa região que está sendo construído o Condomínio Parque da Lagoa. O residencial terá 1.776 moradias para as famílias do Vergel do Lago e contará com área de lazer, quadra de esportes, estacionamento, praças, pista de skates e campos de futebol. Além disso, será implantado também sistema de esgotamento sanitário, o que reduz a poluição na Lagoa Mundaú.

Secretário de Assistência Social, Carlos Jorge (Foto: Secom Maceió)

O Favela 3D vai se tornar realidade para a população que mora nas localidades conhecidas como Torre, Muvuca, Peixe e Sururu de Capote. São famílias que vão, pela primeira vez na vida, morar em casas de alvenaria, com ruas pavimentadas, esgotamento sanitário, água potável, acesso à escola e saúde pública.
Crianças, jovens, mulheres, idosos e demais moradores vão poder participar de formações que vão estimular o empreendedorismo, o acesso a crédito popular, cursos de formação profissional e outras ações que levem dignidade e qualidade de vida para a comunidade.

Nina Rentel enfatiza que o Favela 3D é um projeto disruptivo e inovador, desenvolvido para promover uma transformação completa das favelas através de uma redesenho que vai além da questão estética.
“Vamos criar um modelo de redesenho para transformar a favela em uma comunidade inteligente, autossustentável e cidadã, passando por uma transformação local completa, com uma intervenção urbana, educacional, social, de segurança pública e de desenvolvimento econômico para interromper o ciclo de pobreza na favela”, pontua a diretora de tecnologias sociais da Gerando Falcões.

Casca do sururu se torna crédito monetário no comércio da região (Foto: Secom Maceió)

A prática

O Instituto Mandaver já desenvolve práticas que promovem a autosustentabilidade local por meio de cursos de formação profissional e geração de renda. A exemplo do comércio informal local que atualmente já faz a troca da casca do sururu por créditos monetários no comércio da região. O Sururote se tornou uma moeda de troca que faz a economia circular, o que criou um Banco Comunitário. Nele, as empresas dos bairros circunvizinhos trocam mercadorias por sururotes.

Já existe uma fábrica de pré-moldados criados com a casca do sururu, por exemplo. Produtos de limpeza, como sabão e detergentes são criados em atividades do Instituto, dando aula de autossutentabilidade. Pneus em desuso e garrafas pets se transformam em ornamentos e objetos de decoração.

Casca do sururu é reaproveitado para fabricação de peças pré-moldadas (Fotos: Secom Maceió)

Em paralelo, ergue-se o Residencial Parque da Lagoa que é um dos pilares mais importantes do Favela 3D. Dará dignidade às pessoas que antes residiam às margens da Lagoa, mas não tinham um lar para chamar de seu.

Responsável pela condução do Residencial Parque da Lagoa, a Secretaria Adjunta de Habitação Popular tem atuado para garantir moradia digna às famílias que vivem no entorno Lagoa Mundaú. Após a entrega do residencial, a pasta ficará responsável por conduzir os projetos sociais, que oferecerá cursos de qualificação profissional à comunidade.

“A exemplo do que temos em outros residenciais, vamos implantar os projetos sociais que irão favorecer as pessoas da região. O trabalho após a entrega do residencial será de conduzir a comunidade para qualificação profissional. O Favela 3D vai ajudar ainda mais nesse processo de desenvolvimento da comunidade”, garantiu o secretário adjunto de Habitação, Eduardo Rossiter.

O esgotamento sanitário fica sob a responsabilidade do conjunto de empresas que estão construindo o residencial.

SEMDES

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