Maio Amarelo: estagiários participam de palestra em alusão ao mês de enfrentamento ao abuso sexual
Jovens são aproximados das políticas públicas da Prefeitura de Maceió e conscientizados a acolher às vítimas do crime
Acolher, ouvir e denunciar. Este foi o foco da palestra com os estagiários da Prefeitura de Maceió em alusão ao Maio Laranja, mês de enfrentamento e combate ao abuso sexual contra crianças e adolescentes. A roda de conversa aconteceu nesta sexta-feira (19), no auditório do hotel Ritz e contou com a participação de profissionais da área da advocacia, psicologia, conselheiro tutelar, a presidente do Instituto Mandaver e o vereador Rodolfo Barros.
O secretário de Juventude e Lazer, Caio Bebeto, destaca a importância de encaixar e levar informação para a juventude, como também reforça que diversas ações serão desenvolvidas ao longo do ano.
“É uma programação muito importante, é uma maneira de me aproximar dos nossos jovens, esses que não podemos deixar só no mecânico, no automático, queremos construir e mostrar nossas políticas públicas. Agradeço também a presença do vereador Rodolfo Barros, um cara que sempre batalhou por essa campanha, estamos cada vez mais felizes por acolher pessoas e por ser um tema que vamos trabalhar o ano todo, não só no mês de maio”.
Natanaelly Mendes, estudante de direito e estagiária da Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC), considera importante a saída do ambiente de trabalho para aprender e ser capaz de conscientizar as pessoas acerca da exploração sexual.
“É uma forma de alertar todos nós. Essa inserção de nós estagiários, que estamos no caminho de aprendizado, é essencial para estarmos sempre informados e termos a capacidade de acolher, preservar a inocência e a verdade das crianças", disse.
Infelizmente, Carlos Jorge, que fez parte da roda de conversa, está inserido no percentual de vítimas que sofreram violência sexual. Aos 9 anos de idade já era alcoólatra, mesma época em que foi abusado e espancado dentro de casa.
“É muito delicado e sério porque o maior desafio é expor para pedir ajuda. Temos que fortalecer e ter a certeza da lei de proteção, ser urgente ao tema. Foram anos de luta emocional para falar do crime, até hoje tenho medo de pré-julgamentos. Hoje é um dia para saírem decididos a ser parte da transformação desse processo. Todos sabemos da solução, mas definitivamente ninguém faz nada. É uma responsabilidade do poder público, da escola, dos pais, da família e da sociedade”, pontua.
Carlos ainda relata que o enfrentamento do abuso é desafiador, mas segue a vida com a rede de apoio familiar e ajuda dos amigos. “O maior prêmio para mim é ser casado há 16 anos e ter três filhos. Eu amo e protejo eles com todas as minhas forças, dou certeza a cada dia que em casa eles estão guardados e protegidos”, conclui.
Durante o processo, um grande desafio das vítimas é usar a força e coragem para procurar os centros de acolhimento em busca do tratamento terapêutico, além de estar sempre alerta para o comportamento das crianças no ambiente de casa, como explica a psicóloga Rafaella Melo.
“As crianças são o futuro e a gente precisa cuidar a partir de agora. A rede de apoio e o acolhimento são necessários para trabalhar a autoestima e valorização. É doloroso, mas as vítimas precisam tentar ressignificar a vida, voltar a ter uma vida melhor e enxergar novamente os sonhos”, destaca.
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