Como podemos melhorar os índices de disponibilidade de medicamentos ofertados pela prefeitura? Como podemos utilizar dados abertos para inserir pessoas no mercado de trabalho em Maceió? Como a prefeitura pode fiscalizar áreas no município de maneira remota? E como realizar o ordenamento territorial para a inserção de ambulantes em Maceió? Esses são os quatro desafios propostos pelo 1º Ciclo de Inovação Aberta de Maceió, que tem o objetivo de fomentar e desenvolver a tecnologia digital na cidade para melhorar a vida dos cidadãos. 

O projeto, liderado pela Secretaria Municipal de Estratégias Disruptivas, Ciência e Tecnologia e Inovação (SEDCITI), está com inscrições abertas até o dia 03 de outubro de 2023, no site www.desafio.maceio.al.gov.br. Podem participar pessoas físicas ou jurídicas, startups ou consórcio de empresas de todo Brasil, como explica o edital disponível também no site. As melhores ideias receberão prêmios de até R$ 50 mil.

"Durante todo o projeto, os participantes passarão por um processo de orientação e mentorias para que eles consigam encontrar a melhor solução possível para cada desafio. As ideias mais viáveis para resolver os problemas colocados vão receber o dinheiro da premiação, que é fruto de um convênio firmado com Ministério da Ciência e Tecnologia, viabilizado por meio de uma emenda parlamentar do senador Rodrigo Cunha", explicou Sérgio Túlio Cavalcante, secretário da SEDCITI.

O  1º Ciclo de Inovação Aberta terá uma duração média de 6 meses e contará com o acompanhamento de professores especialistas do Ifal e com mentorias do Senai, que também disponibilizará o Senai Hub para que os participantes possam realizar suas atividades. “Além das mentorias, iremos colaborar com orientações técnicas e, especialmente, por meio de oficinas para desenvolvimento de provas de conceitos. Para isso, disponibilizaremos nossa equipe e o acesso ao laboratório de prototipação do Hub de Inovação e Tecnologia”, contou Cristina Suruagy, diretora de Educação e Tecnologia do Senai Alagoas. 

Saiba mais sobre os desafios:

Saúde: como melhorar os índices de disponibilidade de medicamentos ofertados pela prefeitura?

O modelo de Assistência Farmacêutica em Maceió é parcialmente descentralizado, envolvendo múltiplos estabelecimentos, porém, com gestão financeira centralizada. A programação é realizada centralmente com a participação das unidades de saúde, que enviam uma Programação de Necessidade Mensal semestralmente. O município possui 71 farmácias ligadas a unidades de saúde em oito distritos sanitários e uma Central de Abastecimento Farmacêutico (CAF) com cerca de 90 farmacêuticos.

Os principais desafios enfrentados são o controle de estoque; limitações técnicas de profissionais na utilização de sistemas, como o Hórus; algumas farmácias sem estrutura física adequada; descumprimento de prazos por fornecedores; e difícil obtenção de informações mesmo com informatização.

As soluções precisam manter o bom percentual de abastecimento (95%), tratar da medição mensal de estoque nas unidades de saúde, obter sistema que ofereça informações necessárias em tempo real, e resolver o problema relacionado à falta de profissionais capacitados. Isso lidando com fatores como orçamento limitado.

Trabalho: como podemos utilizar dados abertos para inserir pessoas no mercado de trabalho em Maceió?

Há três meses, a Prefeitura lançou um sistema próprio de cadastro de currículos, que usa inteligência artificial para selecionar automaticamente perfis de acordo com as solicitações da empresa. O aumento no número de pessoas inscritas e de contratantes aumentou significativamente.

Entretanto, durante o processo, foram identificados problemas como ausência de candidatos com experiência e qualificação profissional, falta de estrutura adequada para oferecer capacitação a essas pessoas, falta de dados locais para nortear o trabalho das secretarias envolvidas e pouca conscientização das empresas para fazerem seleção justa e democrática, sem indicações.

Os resultados esperados incluem maior diversidade e inclusão, igualdade de oportunidades, eficiência no preenchimento de vagas, redução de viés na seleção, economia de recursos e contribuição para o desenvolvimento econômico.

Os objetivos de longo prazo envolvem a criação de escolas de qualificação profissional, a casa do trabalhador e a realização de pesquisas locais para orientar os esforços. O principal risco é a limitação de orçamento para tecnologia.

Fiscalização urbana: como a prefeitura pode fiscalizar áreas no Município de maneira remota?

A fiscalização recebe denúncias da população por e-mail, telefone, rondas, entre outros meios. Exemplos são o combate às “línguas sujas”, que é o lançamento irregular de poluição em efluentes, e diligências para coibir poluição sonora em bares e restaurantes.

Os principais desafios são o número reduzido de fiscais capacitados e de ferramentas que os auxiliem. Além disso, também são problemas a desatualização da legislação municipal sobre o tema e a burocracia existente.

É preciso melhorar os índices de fiscalização e, a longo prazo, controlar o crescimento irregular da cidade. As propostas precisam ter em mente que pode haver atrasos no cronograma de fiscalização, sobrecarga no orçamento, mapeamento incorreto das atividades e não envolvimento dos atores.

Convívio urbano: como realizar o ordenamento territorial para a inserção de ambulantes em Maceió?

O ordenamento e monitoramento dos ambulantes em Maceió é baixo, não havendo nenhum sistema ou programa de cadastro e fiscalização desses vendedores. É preciso corrigir, entre outros problemas, a pouca integração de dados entre as secretarias, legislação desatualizada e a falta de zoneamento dos trabalhadores por área.

As propostas precisam buscar o zoneamento com os quantitativos de ambulantes/atividades por locais, além de ferramentas ágeis e simples para cadastro, monitoramento e fiscalização, ordenando as atividades para o bem-estar dos trabalhadores e da comunidade geral. Também deve-se ter como objetivo a qualificação profissional dos vendedores para evoluírem como empreendedores.