Prefeitura de Maceió apoia Encontro de Mulheres pretas periféricas no Benedito Bentes
Roda de conversa fortalece e da visibilidade a luta antirracista do coletivo

O Coletivo de Mulheres Pretas Periféricas e o Instituto Raízes da África, com apoio da Prefeitura de Maceió, realizaram neste sábado (27), no bairro Benedito Bentes, uma roda de conversa para discutir racismo, direitos e estratégias de fortalecimento político e social.
O encontro fez parte de uma série de ações de combate à invisibilidade e promoção da luta antirracista, sendo um espaço de troca de vivências, acolhimento e reflexão sobre os desafios enfrentados pela população negra. Durante a ação foi falado sobre racismo, machismo, desigualdades sociais e direitos. A atividade foi conduzida pela ativista e coordenadora do Instituto Raízes da África, Arísia Barros, que destacou o impacto das discussões.
“Mulheres pretas periféricas têm como base maior a sobrevivência, mas queremos ir além disso, queremos discutir política. É um processo de reeducação e de tomada de consciência. Cada vez mais, elas entendem a necessidade da luta e da construção de novos caminhos”, afirmou Arísia.
Segundo a ativista, o coletivo ainda é novo, com apenas três anos de atuação, mas já se firmou como espaço de resistência e esperança.
“É um bebê engatinhando, mas que já abriu portas. Muitas mulheres que nunca tinham saído do seu bairro hoje já viajam, participam de debates nacionais e se reconhecem como protagonistas da sua história”, disse.
As participantes relataram mudanças significativas em suas vidas após os encontros. Maria Marlene dos Santos, de 57 anos, destacou que aprendeu a conhecer seus direitos e a ajudar outras mulheres da comunidade. Cadeirante, ela também ressaltou as dificuldades de acessibilidade no dia a dia e a importância de ter um espaço de acolhimento.
“Nem sempre temos acessibilidade, e muitas vezes me sinto constrangida de pedir ajuda. Mas aqui a gente aprende não só a se defender, mas também a conversar e orientar outras pessoas da comunidade”, contou Marlene.
Para Marivânia dos Santos, de 49 anos, a consciência da negritude foi o ponto mais marcante. “Hoje a gente sabe responder, sabe se defender. Muitas mulheres já conseguiram sair de situações de violência e ganharam autonomia. O coletivo abriu os olhos de muitas de nós”, relatou.
Erivânia Gatto é presidente do Coletivo de Mulheres Pretas Periféricas de Alagoas, e ressalta a importância de ter uma rede de apoio.
“Nós lutamos contra o racismo, pela educação, saúde, lazer e também temos parceiros na parte jurídica, que ajudam mulheres vítimas de violência. Muitas que antes eram silenciadas agora trabalham, empreendem e conquistaram autonomia”, destacou.
Atualmente, o coletivo reúne cerca de 40 mulheres, com encontros quinzenais, com atividades presenciais no Benedito Bentes e online para participantes de outros bairros e cidades.
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