Jovens escritores lançam livros de poesia no Mirante de Santa Amélia
Evento contou com apoio da Prefeitura de Maceió e do Instituto Raízes de Áfricas
O balanço gigante, instalado pela Prefeitura de Maceió no Mirante Santa Amélia, foi palco do lançamento de dois livros de poesias na tarde de sábado (30). Além disso, a população que esteve presente contou com a realização de um mini sarau com declamações de poesias, música ao vivo e exposições artesanais. As obras lançadas foram: “O livro de Bia e suas poesias” e “Odo – Livro Preto de Poesia”.
Maria Beatriz dos Santos Oliveira, de 18 anos, é autora do livro “Bia e suas poesias'', e explicou que o livro foi escrito durante o tempo que a escritora esteve, em 2021, na Unidade de Acolhimento Infantojuvenil Luiz Mariano Neto, localizada no município de Campo Alegre.
“Esse momento, de lançamento do meu livro, é muito importante, pois mostra o quanto eu consegui me reerguer, além de mostrar para mim e para outras pessoas que sou capaz. Hoje eu consigo cada vez mais acreditar no meu potencial, acreditar que posso ser alguém na vida, como já estou sendo”, comentou Beatriz.
“Odo – Livro Preto de Poesia” foi escrito por jovens da periferia alagoana, socioeducandos e de assentamentos sem-terra, e foi resultado de um concurso realizado em 2019, além de ser uma iniciativa do Instituto Raízes da África.
De acordo com a ativista Arísia Barros, responsável pelo Instituto Raízes de Áfricas, Odo (que na língua Iorubá quer dizer juventude) é a primeira obra do gênero em todo país. “Essa é uma tarde especial, porque a gente tira da gaveta uma literatura que não é vista, e nesse pôr do sol, além de ver a literatura, podemos fazer o congraçamento com a natureza, o que é perfeito”.
“Odo é uma proposta de ruptura, uma ousada forma de legitimação e reconhecimento da literatura de jovens pretos da periferia que escrevem, querem ser considerados escritores como quaisquer outros. E são”, aponta Arísia,
Clesia Raiza é uma das autoras de Odo e explicou que esse momento é extrema importância não só para as mulheres e homens de periferia e negros, tendo em vista que a escrita está sendo valorizada. “Tem muita gente que acha que isso é besteira, mas não é. Vejo tudo isso, como uma forma de incentivo e valorização da escrita”.
“Sabemos que a juventude negra é sempre marginalizada, então acredito que a poesia e a escrita trazem representatividade para outros jovens, para que eles acreditem que são capazes de fazer o que quiserem”, pontuou Alessandro Santos, que também é um dos escritores de Odo.
A deputada estadual Jó Pereira destacou que é muito gratificante poder colaborar com o lançamento das obras. “Tanto para a Bia quanto para os jovens escritores do livro Odo, é extremamente significativo ter esse sonho realizado. É uma mostra de que é possível superar adversidades. É uma mostra de que todos eles, assim como milhares de jovens e adolescentes alagoanos, precisam e devem ter seu potencial reconhecido e incentivado”.
O evento foi aberto ao público e é uma realização do gabinete da deputada estadual Jó Pereira, com o apoio da Prefeitura de Maceió e do Instituto Raízes de Áfricas.
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