Maceioenses participam da primeira oficina do Plano de Mobilidade Urbana

A primeira sessão da Oficina Participativa do Plano de Mobilidade Urbana de Maceió(PlanMobi) teve início nessa quarta-feira(29) e segue com programação até sexta-feira(31). A proposta da oficina é repensar a forma como os maceioenses se deslocam pela cidade, unindo saberes técnicos à experiência cotidiana da população no trânsito. O evento reúne especialistas, autoridades e a comunidade civil para discutir e propor soluções que melhorem a mobilidade urbana e a qualidade de vida na capital alagoana.

A oficina é coordenada pelo Instituto de Pesquisa, Planejamento e Licenciamento Urbano e Ambiental(Iplam), pelo Departamento Municipal de Transportes e Trânsito(DMTT) e pela Secretaria de Ações Estratégicas e Parcerias(Saep), com apoio técnico da Fundação Getulio Vargas(FGV).

O PlanMobi é estruturado em várias etapas: diagnóstico da situação atual, participação popular, estudos técnicos e, por fim, a definição de ações e metas para curto, médio e longo prazos, todas voltadas à melhoria da mobilidade e do bem-estar urbano.

Evento

Após o credenciamento, a programação começou com uma mesa de abertura que reuniu representantes do Iplam, DMTT e Saep. Durante a cerimônia, a vice-presidente do Iplam, Maria Luísa Machado, destacou a importância da construção coletiva do plano.

“Estamos aqui para pensar como vamos nos deslocar melhor na cidade de Maceió, agora e nos próximos anos. A mobilidade se conecta à habitação, ao meio ambiente e à inclusão, é um tema transversal que envolve diversos setores”, afirmou.

Em seguida, a equipe da FGV apresentou um resumo executivo com a contextualização da mobilidade urbana de Maceió, análises econômicas sobre o município, síntese das etapas do projeto e a base jurídico-legal que fundamenta o plano.

A  programação seguiu com uma  mesa-redonda mediada por Maria Luísa Machado, com a participação do diretor-presidente do DMTT, André Costa, da professora doutora da Universidade Federal de Alagoas(Ufal), Jéssica Lima, e do mestre em engenharia civil e assessor técnico do Iplam, Davi Pradines.

O debate abordou a visão acadêmica sobre os principais pontos analisados como questões sociais e ambientais, seguido por um momento aberto à população, que pôde apresentar propostas e sugestões com base nos estudos apresentados.

Continuidade das atividades

As atividades desta quinta-feira(30) foram divididas em três salas temáticas, com debates sobre: Infraestrutura viária e espaço público, acessibilidade e inclusão e Mobilidade ativa e ciclovias.

O tema é o transporte público, com foco na integração e na qualidade dos serviços. A programação inclui a apresentação de metodologias, blocos de perguntas, debates e intervalos para coffee break.

Na sexta-feira(31), o evento será composto por uma plenária geral, seguida de uma apresentação cultural e da sistematização da carta-síntese da oficina, que vai reunir as principais contribuições dos participantes.

Toda a oficina conta com intérprete de Libras e estrutura acessível na Casa da Indústria, onde ocorre o evento. Também há uma sala de apoio infantil para pais e responsáveis que levarem crianças.

Importância

Com quase 958 mil habitantes, segundo o IBGE(2022), Maceió concentra a maior população de Alagoas e exerce papel central no sistema urbano-regional. Projeções da FGV indicam que a cidade poderá alcançar 1,08 milhão de habitantes até 2035, um crescimento de cerca de 13% em 13 anos.

Esse aumento populacional, ainda que em ritmo moderado, pressiona a infraestrutura urbana, exigindo políticas públicas mais eficientes para o transporte e o uso do espaço público.

De acordo com o DMTT, já foram registradas 43 mortes no trânsito apenas neste ano, a maioria envolvendo motociclistas. Para o diretor-presidente do órgão, André Costa, o PlanMobi é essencial para enfrentar esse cenário.

“Nos últimos dez anos, Maceió foi a capital nordestina que mais ampliou sua frota de veículos. Enquanto outras cidades cresceram cerca de 16%, aqui o aumento chegou a quase 50%. Já são mais de 420 mil veículos, quase um para cada dois moradores”, destacou.