Reunião busca soluções para prejuízos causados à cultura nos bairros afetados por afundamento
Uma reunião com as principais lideranças dos segmentos culturais populares discutiu, nesta segunda-feira (3), soluções para o setor e os prejuízos ao patrimônio material e imaterial nas áreas de Maceió afetadas pela instabilidade do solo. A prefeitura trabalha de maneira integrada para dar amparo e buscar medidas que fortaleçam este público. O prefeito JHC participou da discussão.
Este é o segundo encontro promovido pela Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC) direcionado aos grupos populares com atuação forte nestas localidades. Para facilitar a interlocução com a Braskem, apontada como responsável pelo afundamento do solo devido à extração de salgema, a participação do Gabinete de Gestão Integrada para a Adoção de Medidas de Enfrentamento aos Impactos do Afundamento dos Bairros (GGI dos Bairros) tem sido fundamental.
Durante a reunião, o prefeito JHC destacou a atuação da Prefeitura, que tem trabalhado diariamente para garantir a segurança e os direitos da população e equipamentos dos bairros atingidos pelo afundamento de solo. “Em mais uma reunião, estamos tratando dos incalculáveis prejuízos que a nossa cidade vem sofrendo e, sobretudo, a nossa população. A cada dia que passa, a gente vê que os prejuízos não conseguem ser colocados no papel. Então, a gente discute, debate e vai vendo a dimensão que isso tudo causou. E no espírito colaborativo, a gente tem conversado e ponderado, pra poder trazer as melhores soluções”, ressaltou JHC.
Para a presidenta da FMAC, Mirian Monte, o prejuízo para o patrimônio imaterial, composto pelas expressões culturais, manifestações, festividades e tradições transmitidas de geração em geração, é mais difícil de quantificar. Um levantamento dos danos causados à cultura está sendo feito pela Prefeitura. O documento servirá de parâmetro para a tomada de decisões que beneficiem esta fatia da sociedade.
“Participando destas reuniões com representantes dos grupos populares, me sinto ainda mais segura, já que eles têm conhecimento de causa, sabem das dificuldades e podem apontar as soluções. Nesta segunda, foram apresentadas algumas iniciativas que podem ser utilizadas a curto, médio e longo prazos”, destacou.
Ela exemplifica que o Município busca, a curtíssimo espaço de tempo, a concessão de um auxílio emergencial aos representantes da cultura inseridos neste contexto. A providência está sendo cobrada da Braskem, de modo que sejam incluídos todos os membros destes grupos afetados pelos problemas geológicos dos bairros.
“Este auxílio é necessário para que estas pessoas possam se manter, sobretudo neste período de pandemia e de afundamento de bairros, em que boa parte precisou se mudar, tendo que criar uma nova identidade cultural em outros lugares. Há grupos que se apresentavam há 40 anos e estão se desfazendo. Ensaiavam com mais de 200 pessoas e, agora, não conseguem reunir mais do que 10”, lamenta Mirian Monte.
A presidenta da FMAC acrescenta que os comerciantes da região, fiéis patrocinadores destes segmentos culturais, enfrentam a dura realidade também, gerando uma cadeia problemática que precisa de uma solução imediata. “Começando com este auxílio, vamos buscar outras alternativas para manter viva a cultura popular destas localidades, incluindo a possiblidade de construção de uma arena e de um centro cultural e de artesanato”, revela.
Para o coordenador do GGI dos Bairros, Ronnie Mota, o problema do afundamento causou um enorme dano cultural ao município de Maceió, e soluções precisam ser apontadas para que esse patrimônio não se perca.
“Nós entendemos como justas as reivindicações dos representantes dos folguedos e artesãos dos bairros afetados. Essa parte da cultura se mantinha viva porque a comunidade vivia ali, dentro do bairro, as pessoas moravam próximas umas das outras. Hoje, vivem distantes e não têm condições de manter o folguedo vivo, por isso nós vamos estudar medidas que possam ser implantadas a curto, médio e longo prazo para atender as necessidades dessa parcela da população, que é parte do nosso patrimônio imaterial”, prometeu Ronnie Mota.
O presidente da Liqal [Liga de Quadrilhas Juninas de Alagoas], Washington Nascimento, comemorou a iniciativa da prefeitura em amparar o segmento cultural que atuava nas áreas atingidas. “Estamos vendo que o prefeito JHC, a secretária Mirian e o Ronnie estão buscando, incansavelmente, melhorias para a cultura. Nos faltava um prefeito que visse com bons olhos os maceioenses. Isso não acontecia em gestões anteriores”, avaliou.
Thiago Gomes / Secom Maceió
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