GGI dos Bairros vai produzir relatório científico de danos não materiais com apoio de especialista
Socióloga e especialista em planejamento urbano e regional, Nair Palhano, atua em vários desastres ambientais como o rompimento da barragem de Mariana em Minas Gerais
O Gabinete de Gestão Integrada para a Adoção de Medidas de Enfrentamento aos Impactos do Afundamento dos Bairros (GGI dos Bairros) recebeu, nesta semana, a socióloga e doutora em Planejamento Urbano e Regional, Nair Palhano.
A especialista possui vasta experiência em desastres ambientais, com destaque para o levantamento de danos não materiais, sofridos pelos moradores afetados por empresas mineradoras, a exemplo da Braskem, responsável pelo afundamento do solo nos bairros Pinheiro, Farol, Mutange, Bom Barto e Bebedouro, em Maceió.
Durante toda a semana, a consultora visitou as áreas atingidas, conversou com os órgãos e secretarias envolvidas no processo, assim como os moradores dessas localidades. A especialista veio com a missão de indicar e propor caminhos, entender como estão as pessoas atingidas pós-desastre e apresentar novas possibilidades de diálogo com a mineradora.
“Estamos absolvendo todos os pontos que são necessários para esse levantamento, para continuar estruturando políticas públicas que tragam melhor dignidade a todos os atingidos, para que possam ser reparados e compensados efetivamente”, destacou o coordenador do GGI dos Bairros, Ronnie Mota.
Um dos principais momentos foi a reunião com os ex-moradores desses bairros, que já foram indenizados e com os que ainda moram no entorno.
“O entorno da área de risco tornou-se uma situação dramática, foi atingido também, e não avaliar essa área como parte do problema é uma violação de direito”, disse a consultora durante a reunião com as lideranças comunitárias. “Os ganhos são lentos, mas a gente tem que continuar, não podemos desistir”, acrescentou a especialista.
Os principais danos não materiais apontados pela socióloga são a realocação das áreas remanescentes, alteração do termo de acordo, de forma a incluir essas áreas com base nos critérios socioeconômico e social, e assistência de saúde para as famílias afetadas que tiveram consequências físicas e psicológicas.
Entre as secretarias que foram ouvidas para a coleta de dados estão a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente (SEDET), Secretaria Municipal de Desenvolvimento Territorial e Meio Ambiente (SUDES), a Secretaria Municipal de Segurança Comunitária e Convívio Social (SEMSCS), a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) e a Secretaria Municipal de Infraestrutura (SEMINFRA), além de outros órgãos públicos como a Defensoria Pública e a OAB/AL.
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