Palcos multiculturais mostram a força da cena musical alagoana no São João de Maceió
Na Praça Dois Leões, Coreto do Jaraguá e no polo Tabuleiro só se apresentam artistas locais, oxigenando o São João de Maceió com a diversidade de ritmos que a cidade possui
O São João de Maceió também garante espaço para a produção cultural local. Na noite de sábado (25), a diversidade de ritmos dos artistas maceioenses deu um tom multicultural aos festejos juninos. Do forró ao rap, da quadrilha ao soul, o São João Massayó Sol...Mar...Forró mostrou que Maceió é massa.
No polo Tabuleiro, uma cidade cenográfica contemplou a parte alta de Maceió com os festejos juninos. Lá, o arrasta pé foi comandado pela quadrilha junina Dona Dadá, o forró do grupo Pé de Serra Alagoana e a quadrilha junina Amanhecer no Sertão. O prefeito de Maceió, JHC, esteve no local para prestigiar as apresentações e destacou a valorização da cultura em Maceió.
“Estamos conseguindo integrar essa tradição, uma competição saudável, que traz apresentações que nos enchem de orgulho. Não é à toa que a casa está sempre cheia, e isso é o resgate da nossa cultura e das nossas tradições. Estamos valorizando os artistas locais”, frisa JHC.
Na Praça Dois Leões, as bandas Tequilla Bomb, Favela Soul e Alex NSC agitaram o público com um repertório autoral, releituras de clássicos da música brasileira e muita improvisação, fruto da experimentação musical que caracteriza a produção sonora alagoana.
O integrante do Tequilla Bomb, Toninho ZS, acredita que essa iniciativa é importante para a cultura da cidade.
“O São João é uma festa tradicional nossa e agora a gente tá podendo contribuir mostrando a cultura popular, a cultura de periferia e isso é muito gratificante pra gente”, assegura o músico.
Quem estava lá não poupou elogios. Morador do Jacintinho, Geysson Santos, foi um dos que aprovou a democracia rítmica do maior São João do Litoral. "É fundamental pensar em palcos alternativos, para entender a diversidade que há na cidade”, destaca.
“Esses palcos, só com artistas locais e com um público grande, prova que pessoas consomem o que é produzido na cidade, então, se conseguimos enxergar o que é produzido aqui, a gente vê a importância de valorizar tudo isso”, finaliza Geysson Santos, com olhos atentos ao palco Dois Leões.
Também teve muito forró pé de serra. O coreto do Jaraguá – com sua arquitetura histórica dos anos 20 – foi o cenário de muitos casais dançando agarradinho ao som do triângulo, zabumba e sanfona do Trio Colibri, Trio Bille do Forró e Trio Os Pajés Nordestinos.
Isabel e Márcio Alcântara vieram de Jacarecica para o rala bucho da Prefeitura. "Preferimos um forró pé de serra tradicional. Valorizar o forró e o nosso estilo é bom pro turismo. Hoje é o primeiro e vamos vir amanhã pra curtir o forró pé de serra", comenta, sem largar o par.
Ana Maria Souza saiu de Marechal Deodoro para curtir o arrasta pé da Prefeitura. “Eu gostei demais de toda a programação, mas vim especialmente para o Correto. Senti muita falta nesses dois anos e esperava ansiosa que esse ano abrisse. A Prefeitura distribuiu os forrós em palcos e eu achei maravilhoso”, falou, enquanto ensaia os passos.
Já no Estacionamento do Jaraguá os artistas locais Rick Araújo e Maryjane, além de Beto Marcolino, dividiram o palco com Felipe Amorim, Gustavo Mioto e Bruno e Marrone. Os músicos alagoanos se sentiram lisonjeados com o respeito que lhes foi conferido por toda a equipe de produção e pelo acolhimento do público.
“A emoção e a alegria tomaram conta da gente, porque a energia de todos os envolvidos desde os garis, passando pela equipe do palco e do público foi muito gratificante. E, como artistas da terra, ver a valorização que o público nos deu nos deixa muito felizes. Não tem pagamento melhor para um artista do que ele ser reconhecido pelo público. Da primeira à última música todo mundo participou e, por isso, não temos palavras para expressar a gratidão”, revela a dupla de artistas.
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