Mesa redonda marca celebração do Xangô Rezado Alto
Devido à pandemia, o evento será realizado nesta sexta-feira (29), na Multieventos, Praia de Pajuçara
A Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC) e lideranças religiosas de matriz africana realizam nesta sexta-feira (29), das 13h às 15h, uma mesa de debates em torno da memória do Quebra de Xangô e do racismo religioso durante o Vamos subir a Serra, evento que está sendo realizado na praça Multieventos, na praia de Pajuçara.
O episódio, ocorrido entre o dia primeiro e a madrugada do dia dois de fevereiro de 1912, ficou conhecido pelos pesquisadores alagoanos e adeptos do Candomblé e da Umbanda como uma das mais violentas ações praticadas contra as religiões de matriz africana.
A Mesa Memória do Quebra de Xangô e o Racismo Religioso contará com a participação dos Babalorixás Pai Célio de Yemanjá (Babá Omyn Tology), Pai Wagner do Xoroquê (Babá Xoroquê do Ilê Alaketu); das Yalorixás Mãe Mirian (Yá Dinam), Mãe Vera de Oya (Yá Balé Cyde) e mãe Jane Yara (Yá Omyn Nare Omyn). O antropólogo e idealizador do Quebra de Xangô, professor e pesquisador Edson Bezerra, também fará parte da discussão que será mediada pela pesquisadora e filha de santo Gabriela Torres.
A realização do Xangô Rezado Alto foi definida, em comum acordo, em duas reuniões realizadas nos dias 19 e 26 de janeiro. Participaram dos encontros, a gestão e a equipe técnica da FMAC e os representantes das religiões de matriz africana de Maceió.
Quebra de Xangô – A Liga dos Republicanos Combatentes, que fazia oposição ao então governador, Euclides Malta, invadiu e destruiu os terreiros ao agredir com espancamentos e prisões os Babalorixás e as Yalorixás. Estudiosos do fato narram, em pesquisas historiográficas e antropológicas, que o Quebra de Xangô trouxe consequências negativas para as identidades cultual e religiosa dos adeptos das religiões de matriz africana, naquilo que ficou caracterizado na História como intolerância e racismo religioso.
Em 2012, para reparar os danos causados pelo preconceito, o então governador Teotônio Vilela Filho pediu perdão, de forma oficial, às lideranças religiosas de matriz africana pela violência praticada pelo estado de Alagoas. Nesse mesmo ano ocorreu a primeira edição do Xangô Rezado Alto, então organizado pela Universidade Estadual de Alagoas, Uneal. A partir de 2013, a Prefeitura de Maceió, através da FMAC, assumiu a realização do evento.
Ascom/FMAC
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