Em discussão, ações afirmativas para as populações afro e indígena, revitalização dos Mirantes, festejos juninos e Bumba Meu Boi

A abertura da agenda de visitas dos segmentos culturais de Maceió à equipe técnica e à gestora da Fundação Municipal de Ação Cultural (FMAC) teve início nesta quarta-feira (27) com o encontro dos representantes do Fórum Afro de Maceió. Os integrantes foram recebidos pela presidenta, Mírian Monte, e pela Assessora Especial da Fundação, Whytna Cavalcante. Um dos temas discutidos na reunião foi a criação de um calendário de valorização permanente da tradição da cultura afro em Maceió.

Os representantes da Liga das Quadrilhas Juninas de Alagoas (LIQAL) também estiveram na sede da FMAC e se encontraram com a Assessora Especial, Whytna Cavalcante, e a presidenta da Fundação. “Estamos aqui para conhecer a nova gestão e apresentar propostas para a realização dos festejos juninos”, diz o presidente da Liga, Washington do Nascimento Machado. A entidade foi criada em 2003 e teve a primeira participação nos festejos juninos de Maceió, em 2004.

Mirantes – A arquiteta Maria Luísa Machado apresentou à presidenta da FMAC um projeto de revitalização urbanística e cultural dos Mirantes de Maceió e de seus entornos. O Plano Diretor do município reconhece esses espaços públicos como Patrimônio Cultural ou Unidade Especial de Preservação. Esses locais são considerados bens do patrimônio material e imaterial da cidade, devido à importância histórica e cultural.

A arquiteta revela que os mirantes e seus entornos têm potencial de dinamizar o turismo em Maceió – a exemplo do São Gonçalo, que se transformou em ponto turístico e é visitado -, a partir de passeios programados pelas agências de turismo, ou por iniciativa própria dos visitantes. Em 2019, a pesquisa acadêmica sobre os mirantes, realizada por Ana Luísa, foi reconhecida com o terceiro lugar do Prêmio Zélia Maia Nobre de Excelência em Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Arquitetura e Urbanismo.

Maceió possui cerca de dez mirantes. No Centro da cidade, os mais conhecidos são o Ambrósio Lira, na Rua Dr. Ambrósio Lira; o Cortiço, na Rua Dr. José Bento Júnior; e o Don Ranulpho, na Ladeira Eustáquio Gomes de Melo. No bairro Farol, os destaques são o Santa Terezinha, na Rua Capitão Samuel Lins; e o São Gonçalo, na Rua Oswaldo Sarmento.

“É importante promover nesses espaços ações culturais em que a própria comunidade do entorno se aproprie do território. Já o poder público pode utilizá-los como equipamentos cultural e turístico. Esse tipo de expertise é primordial para o setor público ter conhecimento dos estudos e elaborar políticas de revitalização dos mirantes”, pontua Mírian.

Bumba Meu Boi – Conhecer a equipe da FMAC e falar sobre a manutenção dos projetos já executados pela Fundação e a Liga dos Grupos de Bumba Meu Boi foi um dos objetivos do encontro entre os representantes da Liga, a presidenta e a coordenadora de Políticas Públicas da FMAC, Paolla Vasconcelos.

“Viemos também apresentar a proposta de realização, em Maceió, do Seminário Nacional de Cultura do Bumba Meu Boi”, diz o presidente da Liga, José Carlos Santos da Silva, conhecido como Zé do Boi. A Liga foi criada em 2003. Os Festivais de Bumba Meu Boi são realizados há 27 anos em Maceió, e a última edição teve público estimado em 20 mil pessoas.

Ascom/FMAC