CPRM garante apoio técnico ao monitoramento das áreas de subsidência
A Coordenadoria Especial Municipal de Proteção e Defesa Civil (Compdec) trabalha no gerenciamento do maior desastre em atividade no país, que é a instabilidade de solo que afeta atualmente os bairros do Pinheiro, Bebedouro, Bom Parto, Mutange e Farol, provocado pela atividade de mineração. Desde o início do enfrentamento do problema, o Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM) vem contribuindo com as ações desenvolvidas na capital alagoana, estudando o fenômeno geológico e prestando apoio técnico permanente para as Defesas Civis Municipal e Nacional.
Os trabalhos de identificação do fenômeno geológico realizados pelo Serviço Geológico do Brasil apontaram, em relatório conclusivo no ano de 2019, que a subsidência que afeta os cinco bairros está sendo provocada pela atividade de mineração. Desde então, a instituição passou a dar suporte técnico para o Município, contribuindo significativamente para a tomada de decisões relativas as ações de salvaguarda da população.
Através da CPRM, os profissionais que trabalham no Centro Integrado de Monitoramento e Alerta de Defesa Civil (Cimadec) passaram por diversas capacitações, qualificações que os deixaram aptos a trabalhar no monitoramento contínuo da área afetada. Há na equipe profissionais da Geologia, Geografia, Engenharia Civil, Meteorologia, Engenharia de Agrimensura, entre outros.
Em recente visita a Maceió para conhecer de perto o problema que afeta os bairros do Pinheiro, Mutange, Bom Parto, Bebedouro e Farol, a diretora de Hidrologia e Gestão Territorial (DHT) da CPRM, pesquisadora Alice Castilho, reforçou o compromisso da instituição com o fenômeno geológico na capital alagoana e garantiu a continuidade de estudos e do apoio técnico prestado a Defesa Civil Municipal. “A CPRM terminou os trabalhos de investigação e entregou relatório no meio de 2019. A partir daí, vem orientando e auxiliando quanto ao monitoramento da área. Nós estamos à disposição para auxiliar tecnicamente quanto ao monitoramento, como treinamento da Defesa Civil, e manter o apoio de monitoramento e orientação técnica que seja necessário”, disse.
A diretora destacou ainda os trabalhos que vêm sendo desenvolvidos nos últimos anos em Maceió e a expectativa para 2021, visando maior suporte para o acompanhamento do fenômeno geológico. Entre as ações de monitoramento, Alice Castilho destacou a instalação de seis piezômetros, que são poços de monitoramento de nível do aquífero superior na região afetada. “Estes poços integram uma rede de monitoramento nacional e têm equipamentos automáticos registradores. A Defesa Civil visita estes poços mensalmente e os dados são disponibilizados para todos através do site da CPRM, com acesso público. A gente sugeriu que estes equipamentos fossem telemetrizados, para transmissão em tempo real, e a expectativa é de que a Braskem adquira estes equipamentos para instalação nos poços”, ressaltou a pesquisadora com cerca de 20 anos de atuação na área de hidrologia.
Ainda dentro das ações de monitoramento, a CPRM vem acompanhando a perfuração de poço vertical profundo estratigráfico, com profundidade de 1.300 metros, feito pela Braskem para identificar o perfil do subsolo da região. “A CPRM tem equipe o tempo todo acompanhando a perfuração deste furo e a Braskem também contratou o IPT [Instituto de Pesquisas Tecnológicas]para selecionar as amostras que serão ensaiadas. Este furo foi iniciado em julho de 2020 e a previsão no momento é que ele seja concluído em março de 2021. A gente vem acompanhando junto com o IPT, descrevendo, então, como é o subsolo nesta região”, enfatizou a diretora.
Sobre os trabalhos em andamento, a diretora destacou o Termo de Cooperação firmado com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) para interpretação dos dados sísmicos da região, onde pesquisadores das duas instituições deverão aprofundar o conhecimento sobre a fonte dos fenômenos sismológicos registrados nos bairros Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Bom Parto e proximidades, com o objetivo de fomentar as ações de prevenção de desastres na região. A previsão é que os estudos sejam realizados nos próximos oito meses.
Ainda de acordo com a diretora, a CPRM trabalha atualmente na elaboração de um Termo de Execução Descentralizada (TED) com a Defesa Civil Nacional para o monitoramento em superfície. “Outra questão que a gente tem auxiliado é na elaboração de um TED [Termo de Execução Descentralizada] com a Defesa Civil Nacional para o monitoramento em superfície com estação total e laser scanner, com 400 pontos de monitoramento na região e com visita a cada três meses. Esse convênio, então, duraria cinco anos de monitoramento para ver como seria este avanço”, completou a diretora.
“É muito importante para Maceió saber que a CPRM está presente nos auxiliando tecnicamente, qualificando os técnicos da Defesa Civil. Os técnicos se reunem periodicamente e nenhum medida adotada pelas Defesas Civis de Municipal e Nacional é tomada sem o apoio técnico do Serviço Geológico do Brasil. Atualmente a grande expectativa é para que a CPRM e Defesa Civil Nacional possam instalar este novo monitoramento que é o laser scanner, trazendo mais segurança para o monitoramento da cidade”, destacou o Coordenador Geral de Proteção e Defesa Civil de Maceió, Dinário Lemos.
Flávia Duarte/ Ascom Defesa Civil