Comitê Técnico coordenado pela Defesa Civil vistoria áreas fora do mapa de subsidência
Trabalhos estão agendados para ocorrer na terça-feira, dia 5, nas regiões dos Flexais, Bom Parto e Vila Saem
O Comitê Técnico, grupo coordenado pela Defesa Civil Municipal, dará seguimento a uma série de vistorias no entorno das áreas afetadas pelo afundamento do solo associado a mineração de sal-gema em Maceió. As vistorias deverão começar nesta terça-feira (5) na região dos Flexais, em Bebedouro; no Bom Parto e no Vila Saem.
De acordo com Antonioni Guerrera, geólogo do Centro Integrado de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil de Maceió, as vistorias são periódicas e substanciam o órgão com informações que, somadas aos dados das leituras dos equipamentos de monitoramento instalados na região, podem apontar ou descartar a inclusão de áreas em futuros mapas de linhas de ações prioritárias.
“Nós vamos observar se as casas desses locais têm algum tipo de dano e se isso é associado ao processo de subsidência. A ação é parte do plano de ação do Comitê Técnico, que vistoria as áreas fora do Mapa 04 de Linhas e Ações Prioritárias”, explicou Guerrera.
Ele segue esclarecendo que as regiões afetadas e do entorno foram divididas em seis áreas, e que a cada seis meses as vistorias se repetem como parte do processo de observação e em busca de novos indícios.
O geólogo informou que além das feições nos imóveis, ou seja, rachaduras em paredes e indícios de afundamento, outros fatores são necessários para inclusão de uma nova área nos futuros mapas de linhas e ações prioritárias.
“São duas coisas, primeiro as visitas, que é só uma etapa da análise, e tem todo o monitoramento com os equipamentos instalados nos bairros e com os satélites. Esses equipamentos vão mostrar se a movimentação está associada ao processo, são através deles que a gente consegue ver o quanto movimentou e se tem algum tipo de correlação com a problemática. Outro tipo de análise é essa de campo, onde a gente vê se as fraturas, rachaduras ou feições têm ligação com o processo de subsidência, porque rachadura, fissura, trinca em paredes pode ocorrer em qualquer casa de qualquer bairro, mas para associar ao processo essas rachaduras precisam estar alinhadas e seguir o padrão esperado a movimentação da subsidência do caso”, argumenta.
Antonioni descreve que em áreas de barreira há uma tendência de que essas casas apresentem rachaduras alinhadas a encosta, mas apenas isso não as associa ao processo de subsidência. Participam do comitê técnico, a Defesa Civil Municipal, a Defesa Civil Nacional e técnicos contratados para avaliar o processo de subsidência.
Equipamentos
O geólogo explicou que a Defesa Civil de Maceió conta com 16 sismógrafos instalados nos bairros afetados pelo processo, sendo dez superficiais e outros seis de profundidade. Há ainda 31 aparelhos de DGPS (Sistema de Posicionamento Global Diferencial), que é uma técnica de posicionamento relativo baseada na correção das informações obtidas por receptores de GPS, também utilizado para monitorar a movimentação do solo.
Essas áreas são monitoradas também por interferometria, ou seja, satélites que orbitam o planeta, fotografam a região periodicamente. Essas imagens, quando comparadas, podem apontam se há movimentações do solo e indicam áreas onde elas ocorrem.
Erik Maia / Secom Maceió