Estação de tratamento de chorume em aterro sanitário de Maceió já é referência nacional
Processo que transforma o chorume em água de reuso para lavagem e irrigação de espaços públicos poupa 120mil litros de água potável por dia
A estação de tratamento de chorume do aterro sanitário do Benedito Bentes, parte alta da cidade, é referência nacional como uma das primeiras a transformar o líquido escuro em água de reuso. Com a técnica, 120 mil litros de água potável são poupados por dia em serviços de manutenção por toda Maceió.
Com uma avançada tecnologia de filtragem e a combinação de diversos processos de tratamento — como a nanofiltração (processo de separação por membranas que consegue dividir soluções heterogêneas e solutos que estão dissolvidos na água) e a osmose reversa (separação de substâncias através de uma membrana que retém o soluto) — o líquido escuro resultante da decomposição do lixo se transforma em água limpa, com qualidade atestada por laboratórios certificados.
Além de ser utilizada dentro do próprio aterro sanitário para molhar o solo e evitar o excesso de poeira no local, a água resultante do processo também está sendo utilizada, desde o final do mês de janeiro, pelos agentes da Superintendência Municipal de Desenvolvimento Sustentável (Sudes), em áreas públicas da capital alagoana, na irrigação de praças e limpeza urbana. Afinal, apesar de não poder ser empregada diretamente para consumo humano, a água de reuso está dentro de padrões estabelecidos para a reutilização e pode ser aproveitada em diversas atividades.
Em visita ao local, no início do fevereiro, uma comitiva de diretores e coordenadores do Desenvolvimento Sustentável do Município constataram eficiência do procedimento.
“Esta é uma grande conquista ambiental para a cidade de Maceió, fruto de um longo trabalho de pesquisas, ajustes e investimento em tecnologia”, afirma Daniel Sanchez, gerente regional da Estre Ambiental, operadora da CTR Maceió.
O acúmulo de chorume no meio ambiente pode causar a poluição dos lençóis freáticos e outros depósitos aquíferos subterrâneos. Além de todo o transtorno causado para com o meio ambiente, o líquido tem um potencial enorme de provocar impactos para a própria saúde humana e dos animais. Isso porque o controle da infiltração e da qualidade das águas subterrâneas é difícil e custoso.
O cenário é ainda pior se for registrada uma alta concentração de metais pesados no chorume. Como esses metais tendem a se acumular nas cadeias alimentares, a contaminação pelo seu consumo é um risco sério e bastante real, já que a própria utilização de água contaminada na irrigação de plantações pode significar o adoecimento da população.
Kedyna Tavares, diretora de Planejamento e Serviços Especiais da Sudes, afirma que ter atenção para esse problema é essencial para a preservação do meio ambiente e da saúde dos maceioenses.
"De forma geral, estamos contribuindo para a saúde da natureza. O chorume é extremamente agressivo ao meio ambiente e, quando tratado e transformado em água de reuso, passa a ser sustentável, fazendo com que a Prefeitura economize o gasto com água potável na irrigação e lavagem de espaços públicos da capital. Era um líquido que só causaria danos e, agora, ajuda a garantir uma cidade melhor para todos nós", concluiu Kedyna.
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